
Um monte de arquitetos anda de olho num projeto multimilionário de remodelação de Meca, cidade mais sagrada do Islamismo, localizada na Arábia Saudita.
Entre as intervenções, inclui-se uma ampliação do entorno da mesquita central de Haram, que lhe permitiria acomodar até 3 milhões (isso mesmo, quase três cidades de Campinas juntas) de peregrinos.
Só que existe um "pequeno" problema, que ainda deve gerar muita treta: nenhum dos arquitetos convidados pelo rei Abdullah bin Abdul Aziz são sauditas, e muitos nem muçulmanos. É o caso do super-estrela britânico Sir Norman Foster. Figura na lista também a arquiteta iraquiana Zaha Hadid.
Em entrevista concedida ao The Times, Sami Angawi*, especialista saudita em arquitetura islâmica em Meca e Medina, soltou os cachorros nessa escolha. Algo meio raro num país cujos habitantes costumam dizer amém (ou o equivalente na cultura islâmica) para tudo o que o rei decide.
"Você não pode redesenhar um lugar como este sem conhecê-lo profundamente", afirma. Os não-muçulmanos, por exemplo, são proibidos até de entrar na cidade santa.
Angawi defende a idéia de que os arquitetos "outsiders" deveriam tirar as patas desse projeto. Nada mais justo que fique com os sauditas.
Via: The Times
* O nome do saudita havia sido incorretamente grafado. O texto foi corrigido.
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