sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Lustres 2D

As lâmpadas LED vão dominar o mundo e acabar com o reinado das tradicionais – gordinhas e compridinhas, fluorescentes e de tungstênio.


Uma de suas principais características é o baixo consumo de energia elétrica.

Mas elas também são pequenas, compactas, versáteis. E isso dá uma tremenda liberdade criativa para designers mundo afora. Como deu para Yoon-Hui Kim e Eun-Kyung Kim, que criaram a Solar Vertical Lamp.

Os caras pegaram venezianas verticais, dessas que bloqueiam completamente a luz do sol no quarto e na sala, e colocaram vários LEDzinhos na face voltada para o ambiente interno.

O conjunto de pontinhos luminosos forma na veneziana desenhos bidimensionais de abajures e/ou de lustres. Para ligar, basta fechar a veneziana.

Do lado de fora, células fotovoltaicas transformam a energia solar em energia elétrica para abastecer os LEDs. O sistema é parecido com os números para fachadas vendidos no Thinkgeek.com.



Vi esse produto no blog Inhabitat. Curiosa foi a adjetivação que atribuíram ao Solar Vertical Lamp.

Para eles, o sistema de iluminação é sustentável (ok, ok), sexy (??) e dramático (????).

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Inspeção remota

Você provavelmente já passou por dias em que bate uma preguiça de ir pro canteiro – pegar o carro, atravessar a cidade, enfrentar o trânsito...

Visitar duas, três obras no mesmo dia, então, é um inferno. As coisas seriam mais fáceis se os problemas, inspeções e acompanhamentos de serviços pudessem ser resolvidos do escritório...

A Carmine, empresa francesa especializada em restaurações de imóveis, comprou uns apetrechos eletrônicos e montou um esquemão pra não se deslocar pra lá e pra cá.

Agora, suas inspeções podem ser feitas de maneira remota. É que ela comprou um sistema chamado Frontline Communicator - um equipamento sem fio que permite transmitir vídeo e som de alta qualidade via internet e em tempo real.

Dá uma olhada como o procedimento funciona nesse vídeo e nesse vídeo.
[Foi mal, procurei os vídeos no YouTube para colar direto aqui no blog, mas não achei nada]

Com um bom computador receptor e um software especial para gravar vídeos e extrair fotos das imagens transmitidas, eles conseguem inspecionar qualquer obra bem de longe.

No canteiro, o funcionário no canteiro carrega o transmissor com a mini-câmera e um headset nos ouvidos pra conversar com o escritório.


Do outro lado da linha, o engenheiro ou arquiteto vê a imagem gerada e passa as coordenadas do que deve ser filmado, onde fechar o close, buscar os melhores ângulos para tirar fotos, gravar videozinhos, etc, etc, etc...


Daqui a uns cinco ou sete anos vai ser mais fácil e barato transmitir vídeos ao vivo e com boa qualidade pela internet do celular.

Quando essa tecnologia se tornar mais acessível e desenvolvida, tá aí uma boa idéia pra aplicar nos canteiros. Improvisado, mesmo, sem a sofisticação do Frontline Communicator.

A fabricante do sistema é a AudiSoft

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Revestimento vivo

Se você acabou de almoçar ou tem estômago fraco, melhor não ler este post. Se você continuar mesmo assim, não diga que não avisei.

Sabe bolor? Aquela coisa azul ou preta que cresce no pão ou na fruta quando passam da validade ou começam a apodrecer...?

[Quer continuar mesmo assim?]

Apesar de serem repulsivos nessas ocasiões, esses seres vivos formam belas imagens quando ampliados centenas, milhares de vezes no microscópio.

Pois o artista plástico Stacy Levy se deu conta disso e criou placas de vidro impressas com essas ampliações, por meio de jateamento de areia.


Se a coisa parasse por aí, o resultado estético seria muito legal. Porém....

...não é que o cara foi mais longe e depositou culturas de fungos em sua "obra de arte"?

A idéia era que os esporos de Aspergillus e Penicillium crescessem, crescessem e ocupassem toda a parte impressa da placa. Assim, seria possível ver na mesma peça tanto o retrato ampliado dos fungos quanto sua imagem em tamanho real.

Presta atenção, mais de perto, nas manchas escuras na impressão clara:

[Eu avisei, eu avisei...]


Nojento? Mau gosto? Fantástico? Revolucionário?

=X=X=X=

Via Transmaterial

Site do Stacy Levy

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Armário-divisória-faça-você-mesmo

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolveu kits faça-você-mesmo de mobiliário-divisórias, voltados para o segmento de baixa renda. O primeiro produto em teste é uma divisória-armário composta de painéis modulados de madeira (OSB/MDF).


O objetivo principal é proporcionar flexibilidade de layout à habitação. Se o cara quiser, pode mudar a parede de lugar e aumentar o tamanho do quarto.

Ou, se for um dia de receber muitas visitas, dá uma apertadinha no quarto para aumentar a sala e oferecer mais conforto aos convidados. A cozinha também pode entrar na jogada, o armário pode separá-la da sala sem problemas.

A solução já está sendo testada na casa de uma família numa Cohab de Curitiba.




A idéia parece interessante. Mas espero que seja mais aprimorada: pelo que se observa nos documentos disponibilizados, os kits não incluem portas para separar ambientes.

Ora, se for usado como parede-armário em um quarto, por exemplo, é justo que conte com um elemento que possibilite isolar o ambiente mais íntimo da casa dos demais cômodos do imóvel.

Abaixo, mais imagens do kit:



Matéria no site do Habitare (melhor abrir no Internet Explorer)

Site do projeto

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

QI Arquitetônico

O site britânico Building Design Online criou uma espécie de Traveler IQ Challenge da arquitetura. O Where on Earth? The architect's guide to the world é um quizz que permite ao jogador testar seus conhecimentos sobre a localização dos marcos arquitetônicos mundiais.

O desafio é achar o mais rápido possível, num mapa múndi, o local exato em que se encontra a construção mostrada em cada rodada.

Tem o Taj Mahal, a Casa Branca, o... bom, não vou falar o resto, senão você trapaceia. Quanto mais rápido achar as construções e mais perto clicar, mais pontos o jogador acumula.

Acesse o jogo aqui (em inglês).

Eu vos desafio a marcar mais do que os meus 51.049 pontos. Se depender do nível de precisão que eu consegui aí embaixo...


segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Esperanças no Obama

Falta bem pouco para acabar o governo do George W. Bush. Dentre os inúmeros grupos satisfeitos com a "mudança" estão os ambientalistas e defensores do desenvolvimento sustentável. Na construção, inclusive.


Se não havia diálogo com o teimoso republicano que se recusou a assinar o Protocolo de Kyoto, o Green Building Council dos Estados Unidos (USGBC), que gerencia a certificação ambiental LEED, acredita que o presidente eleito Barack Obama pode tomar ações governamentais mais efetivas em prol da Sustentabilidade.

O USGBC desenvolveu um programa agressivo de implantação de uma Agenda Verde no país com base nas promessas de campanha do democrata. E é claro que a construção sustentável (e o LEED) está presente com força.

Entre as promessas de Obama, estão:
  • Ampliação de incentivos federais para ajudar Estados e Municípios a construir edifícios certificados com o LEED
  • Estabelecer um plano para que todos os novos edifícios federais sejam neutros em emissão de carbono até 2025
  • A eficiência energética das novas construções deverá atingir 40% nos próximos cinco anos; a dos edifícios existentes, 25%
  • Além dos edifícios públicos, os edifícios privados deverão ter emissão neutra de carbono até 2030
  • Investimentos de US$ 150 bi em 10 anos para incentivar inovações em tecnologias renováveis, eficiência energética, combustíveis alternativos, etc.
  • Investir pesadamente em projetos de infraestrutura e transporte público

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Mais Niemeyer

"[Oscar Niemeyer] afirma querer uma sociedade baseada em princípios igualitários, mas sua arquitetura, para usar a linguagem do mundo da computação, não é user-friendly. Ao contrário: ela é profundamente elitista e mesmo egoísta, concentrada principalmente em fazer declarações grandiosas e eloqüentes por si mesmas, para satisfação de Niemeyer e seus admiradores, mesmo que cause desconforto ou inconveniência ao usuário"



O trecho é do livro "Deu no New York Times", de Larry Rother, correspondente no Brasil deste jornal norte-americano. A publicação, da editora Objetiva, foi lançada neste mês e custa R$ 39,90 (ou menos, dependendo das promoções).

Justificativa 1
Ok, ainda não li o livro e vou escrever este post inspirado num pequeno trecho publicado pela Veja, mas isso realmente não importa.

Justificativa 2
Meus conhecimentos em Arquitetura são mancos, por isso não vou ousar discutir aprofundadamente as características da obra do Niemeyer.

O fato é que Larry Rother tem razão: as construções projetadas pelo arquiteto não são nada user-friendly. São bonitas, mas sufocantes. Faça um piquenique
no Memorial da América Latina, em São Paulo, durante uma tarde quente e constate você mesmo.

O centenário personagem nasceu no país errado. Sua arquitetura recheada de concreto pode ser adequada a locais de clima temperado, de altas latitudes, em que
durante boa parte do ano os raios solares incidem oblíquos e, portanto, de forma menos intensa.

Em São Paulo, Goiânia, João Pessoa ou qualquer outra cidade localizada entre 23 ºS e 23 ºN, porém, suas obras se transformam em verdadeiros instrumentos de tortura, colaborando para a intensificação de ilhas de calor. Só de pensar já dá vontade de ligar o ventilador...

Por outro lado, me desperta simpatia a disseminação do uso de telhados verdes. Inclusive no Brasil. Trabalho recente apresentado no ENTAC (Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído) mostra que engenheiros e arquitetos têm interesse em conhecer melhor a tecnologia, que vem se tornando moda no mundo e engatinha no Brasil.

Porém, ainda se observa falta de domínio do processo de impermeabilização ou das técnicas mais adequadas para a aplicação deste tipo de cobertura. A pesquisa é um survey
realizado entre filiados do CREA-PR na Região Metropolitana de Curitiba.

Seguem algumas obras no Brasil e no mundo com coberturas (e paredes) verdes

Edifício Harmonia 57, na Vila Madalena, em São Paulo...


Casa em Itu...


Academia das Ciências da Califórnia, de Renzo Piano...


Vista da cobertura verde da Academia...
Oiiiiiiiiii!!!!
(Qualquer semelhança é mera coincidência...)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Notícias comentadas

Encontrei algumas interessantes surpresas na edição de hoje do Metro, o jornalzinho distribuído nos semáforos e que se auto-intitula o maior do Mundo. Vamos a elas:

1) Metrô Vila Madalena terá shopping center: será um centro comercial com 150 lojas, a ser construído pela construtora Método e com inauguração prevista para 2011. A obra começa no segundo semestre de 2009 e vai consumir R$ 50 milhões. Serão 3.800 m² com 23 mil m² de área construída, devidamente composta por cinco andares de lojas e três subsolos. A Método vai administrar o shopping por 20 anos depois de construir o monstrengo (alguns shoppings têm uma arquitetura bonita, reconheço, mas a maioria deles parece um trambolhão que emergiu das entranhas da terra e fica ali, estática, consumindo os cérebros de quem passa em volta até que sintam uma necessidade inconsciente de entrar e comprar, comprar, comprar...). As fotos, abaixo, foram copiadas do portal PINIWeb. A pergunta é: e a crise? Ou as construtoras não estão levando a sério a onda de quebradeira ou estão especulando e jogando a responsabilidade de seus investimentos no "sistema", como os jornais gostam de dizer. Eu acho que sei a resposta.

2) Estação elétrica dá espaço a prédios: a idéia da Eletropaulo, a distribuidora de energia de São Paulo, é compactar as subestações localizadas em áreas nobres das zonas oeste e sul da capital para dar espaço à cosntrução de prédios. Para conseguir isso, está modernizando os equipamentos para não diminuir a capacidade das estações. Claro que isso tem um custo que, no caso da primeira subestação compactada a 15% do seu tamanho original, no bairro do Itaim Bibi, chegou a R$ 38,3 milhões. O terreno foi vendido a R$ 38,6 milhões. Á especulação imobiliária nunca esteve tão forte, valendo a mesma pergunta da notícia acima. E a crise? E outra dúvida que paira no ar: o que a Eletropaulo ganha com isso? Pode até ser, mas acho bem pouco provável que a companhia (qualquer companhia) desembolsasse quase R$ 40 milhões pra ter um retorno de apenas R$ 300 mil. Se o argumento é modernizar as instalações, porque os investimentos não são nas subestações da periferia?

3) Marquise do Ibirapuera será reformada em 2009: cerca de R$ 12 milhões serão gastos para reformar a obra do arquiteto Oscar Niemeyer. A Marquise foi concluída em 1954 e, como era de se esperar, nunca passou por uma manutenção efetiva, apenas por reparos pontuais. Obviamente, esse descaso fez com que surgissem trincas, fissuras, goteiras e infiltrações, colocando em risco toda a estrutura. Há o risco, dizem, de que venha abaixo sobre a cabeça de skatistas, patinadores, ciclistas e esportistas e transeuntes em geral. Eu levarei o alerta a sério. Não é tão incomum desabarem marquises (muito menores) por aí. Os vãos são grandes, a área de exposição é grande e a omissão dos órgãos responsáveis pela manutenção é sempre maior do que imaginamos. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, que responde pelo Parque, vai aproveitar a bagunça da reforma para arrancar dali os banheiros e o restaurante, elementos que não constam do projeto original do arquiteto. É ridícula a falta de manutenção, mas essa não surpreende (dá uma olhada embaixo das pontes e viadutos da cidade. Qualquer uma dessas obras de arte está num estado de dar medo!). Agora, se tem uma coisa que não entendo é essa devoção ao famoso "projeto original". Não conheço detalhe algum desse projeto e estou bem longe de ser especialista em qualquer coisa, mas não consigo aceitar que um projeto original não possa ser melhorado. Numa primeira leitura, me parece bom colocar banheiros num local freqüentado por milhares de pessoas. Mais: parece um erro do arquiteto não prever a necessidade deles. Se até a Constituição muda numa canetada do Presidente, afetando a vida de milhões de pessoas. Por que um projeto de arquitetura não pode mudar?

Certificação ambiental sem mistérios

Se a demanda por prédios sustentáveis anda em alta, a oferta de certificações também está a todo vapor. São inúmeras as instituições que contam com selos, processos, avaliações e análises que atestam a eficiência ambiental de uma edificação. As metodologias de avaliação são diferentes, mas o objetivo é sempre o mesmo: definir o quão amigável com o planeta é a construção em questão. O que muda, efetivamente, de um certificado para outro é a forma de classificação. Compara-los é pouco produtivo, pois nasceram em países diferentes, pautados por necessidades e focos diferentes. Por isso, vamos apenas tentar entender o essencial de alguns desses mecanismos.

LEED/GBC – EUA
O Leadership in Energy and Environmental Design do Green Building Council nasceu nos Estados Unidos e é, sem dúvidas, o mais famoso certificado ambiental. Existem nove versões do Leed, abrangendo desde novas construções e prédios já existentes até o desenvolvimento de uma vizinhança ou a sustentabilidade de residências. As edificações recebem pontos conforme extrapolam o mínimo necessário exigido para que sejam, afinal, verdes. Os pontos avaliados são: terreno e implantação, eficiência no uso da água, eficiência energética e atmosfera interna do prédio, materiais e recursos utilizados, qualidade ambiental interna e processo de projeto e inovação. A certificação varia de acordo com a pontuação. Com entre 26 e 32 pontos, o edifício é apenas “Certificado”. De 33 a 38, recebe o certificado Prata (Silver). De 39 a 51, é Ouro (Gold). O selo Platina (Platinum), vai para pontuações entre 52 e 69. Pode ser solicitado junto ao GBC mais próximo! No caso do Brasil, é o GBC Brasil, nesse link.

Aqua – Brasil
A certificação de Alta Qualidade Ambiental, apresentada pela Fundação Vanzolini, foi adaptada da certificação francesa HQE – que veremos a seguir – a partir de um esforço realizado pela própria Fundação em parceria com a Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e o CSTB francês (Centre Scientifique et Technique du Batiment). Conta com 14 critérios para avaliar empreendimentos residenciais e comerciais, pontes, obras de pavimentação e saneamento, dentre outras. Todos os critérios têm que ser preenchidos para que a edificação seja enquadrada num dos três níveis possíveis: bom, superior ou excelente. A avaliação se dá em três etapas, iniciada durante o planejamento, anterior ao projeto, que define o produto. Depois, durante a concepção, são avaliados os projetos em si com base nos 14 critérios, quando define-se a qualificação. Após a conclusão, a terceira avaliação verifica se o comprometimento do empreendedor é efetivo.


Breeam – Reino Unido
O Environmental Assessment Method do Building Research Establishment, fundado pela indústria da construção da ilha da Rainha, resultou na sigla Breeam. Segundo eles mesmos, os certificados da família Breeam de certificados são os mais difundidos em todo o mundo. É uma família bastante grande e abrangente, que acolhe prédios novos e já existentes, além de contar com selos específicos para edificações de saúde, industriais, multi-residênciais e até mesmo para prisões, dentre outras. Em 2008 os selos foram atualizados e passaram a considerar também os estágios de projeto e pós-ocupação. Informações adicionais estão no site do Breeam.http://www.worldgbc.org/

HQE – França
Sigla para Haute Qualité Environnementale, ou padrão para alta qualidade ambiental, define os critérios para prédios sustentáveis na França. Divide as exigências entre o gerenciamento dos impactos no ambiente externo e a criação de um ambiente interno aprazível. Para a primeira, busca harmonizar a relação entre os edifícios e as imediações e integrar a escolha dos métodos de construção aos materiais disponíveis, além de minimizar o consumo de energia e água, de desperdícios durante a construção e a demanda por manutenção e reparos. Para o bem estar interno, tenta otimizar a medição de controle hidro-térmico e acústico, a higiene e a limpeza dos espaços internos, a qualidade do ar e da água. No site da Associação responsáveis há informações em abundância.

SBA – Sustainable Building Alliance
A Aliança conta com o apoio da seção edifícios sustentáveis da Unesco, da UNEP (United Nations Environment Programme) e da WFTAO (World Federation of Technical Assessment Organizations). Sem qualquer ligação governamental, é uma rede de universidades, centros de pesquisa e de assessoria técnica que pretende acelerar a adoção de práticas sustentáveis. Tem como objetivo padronizar os critérios e métodos de medição para que possam ser utilizados por qualquer sistema de certificação, sociabilizar os resultados de pesquisas e promover a adaptação dos critérios ao contexto local.

Outros processos de certificação espalhados pelo mundo: Green Star e Nabers – Austrália, Green Globe – Canadá, GBAS – China, PromisE – Finlândia, DGNB – Alemanha, HKBEEM – Hong Kong, TerriGriha – Índia, Protocollo Itaca – Itália, Líder A – Portugal, Green Mark – Singapura, VERDE – Espanha, Green Globe – Estados Unidos, EEWH – Taiwan, Casbee - Japão

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Concreto secular

Em 2005, a Axis Mundi Editora lançou o livro "A escola brasileira do concreto armado", de autoria de Augusto Carlos de Vasconcelos e Renato Carrieri e com fotos de Lamberto Scipioni. O livrão, com 208 páginas, formato gigante (23 x 31 cm), papel do bom e impressão requintada é bem legal. Tem belas fotos e textos que trazem alguns detalhes e comentários das mais importantes obras brasileiras dos últimos 100 anos. Mas é para os poucos que estão dispostos a desembolsar cerca de R$ 140,00, que é quanto ele vale nas melhores livrarias de São Paulo.

Se não é o seu caso, mas você se interessou pelo assunto, aproveite a exposição "Um século de concreto armado no Brasil", que ocorre durante todo o mês de novembro (até o dia 30, portanto), na Caixa Cultural. O espaço de eventos da Caixa Econômica Federal fica no térreo do Conjunto Nacional, à Av. Paulista, 2083. A exposição fica aberta ao público de terça a sábado, das 9h às 21h, e aos domingos, das 10h às 21h.

"Ah, mas não tem nada a ver comparar um livro com uma exposição", diria o leitor cético. Então, acompanhe a argumentação. Primeiro, a entrada na exposição é gratuita. Depois, a montagem e a curadoria são do próprio fotógrafo do livro. Ou seja, as cerca de 90 fotos são, inevitavelmente, as mesmas, com a vantagem de serem expostas em tamanho grande - 50 x 50 cm, 90 x 60 cm e 1 x 1,5 m. Você verá, em cerca de uma hora e meia, 50 obras que representam toda a evolução da engenharia e da arquitetura brasileira.

Se ainda assim você quer ver o livro, aproveite que está no Conjunto Nacional e vá à Livraria Cultura, também no térreo. Lá você encontrará o livro pelo valor acima!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Megatemplos em São Paulo

O Estadão de ontem trouxe matérias (uma disponível em HTML, no site; as outras duas estão na página 4 do caderno Metrópole de 9/11/08) sobre os projetos de construção de megatemplos na cidade de São Paulo.

Um deles é da Igreja Católica, o santuário Mãe de Deus, onde serão celebradas as missas do Padre Marcelo Rossi para aproximadamente 100 mil pessoas - bem mais do que a capacidade da Basílica de Aparecida e da Catedral da Sé juntas. Será projetado por Ruy Ohtake e ocupará um terreno em Interlagos, zona sul de São Paulo, próximo ao santuário onde o padre carismático já realiza suas missas.


O segundo, chamado de Templo de Salomão, será a sede da Igreja Universal do Reino de Deus, no Pari, próximo à avenida Celso Garcia. Será executado num terreno de 64,5 mil m², terá 12 andares e dois subsolos e um amplo salão dimensionado para abrigar 9.500 fiéis.

O último é a sinagoga da congregação Mekor Haim, no bairro de Santa Cecília. De acordo com o Estado, o edifício conta com pilares de concreto na calçada para evitar carros-bomba. Discreto, o projeto preza pela segurança dos usuários.

Não achei mais fotos ou imagens dos projetos. Os créditos dessas imagens são do Estadão. Se achar mais, postarei.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Decoração nerd

O site americano ThinkGeek.com atende a um público especificamente nerd que quer equipar sua casa com produtos pouco usuais.

Lá ele encontra chuveiros que emitem luzes coloridas, cortinas de boxe com a tabela periódica, câmeras de segurança falsas... Tem também aqueles números, que identificam o endereço da casa, que se iluminam à noite alimentados com energia solar gerada durante o dia.

Veja a seleção dos produtos mais legais para uma casa nerd:

Chuveiro LED
Equipado com LEDs nas cores vermelha e azul, o produto emite luzes coloridas de acordo com a temperatura da água. Banho frio, luz azul. Banho quente, luz vermelha. Cantores de banheiro vão se sentir num verdadeiro palco sob esse chuveiro.

Custa US$ 39,99



Cortina periódica
Para quem é obcecado por química e não pára de pensar nisso nem na hora do banho, a cortina estampada com a tabela periódica é o produto ideal. Indicado, também, para vestibulandos de cursos de Exatas.

Só US$ 29,99


Câmera fake
Sistemas de vigilância ostensivos intimidam a maior parte dos ladrões. Mas seus custos de aquisição, instalação e manutenção são muito altos, inviabilizando seu uso por pequenos consumidores. Esse problema não existe com a câmera fake: inoperante, sua única função é enganar os desavisados. Tem até uma luzinha vermelha piscante, que a torna ainda mais convincente.

Por apenas US$ 12,99


Ar-condicionado egoísta
A solução ideal para redução de custos com climatização: esse aparelhinho de ar-condicionado pessoal promete conforto térmico só pra você. Basta colocar em cima da mesa e ligar. Por tabela, acaba com os conflitos entre os colegas de trabalho: nada mais de um fulano pedir para abaixar o ar-condicionado e o outro, para aumentar.

Preço: US$ 22,99


Número iluminado
Para tornar o número da sua casa visível à noite, só iluminando. Esses números são cunhados em placas de alumínio anodizado. Quando o sol se põe, os LEDs brancos se acendem automaticamente, alimentados pela eletricidade produzida ao longo do dia nas células solares. A autonomia é de até 10 horas.

Cada algarismo: US$ 19,99

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Concreto lunar será feito com enxofre

Se você, como eu, achava que os Concretos de Alto Desempenho – que alcançam centenas de MPa de resistência à compressão – eram o que havia de mais avançado quando se fala em tecnologia do concreto, veja só essa.

Cientistas da NASA, agência espacial norte-americana, já estão pensando nos materiais de construção que eles vão usar para erguer edificações na Lua.

Levar os materiais daqui pra fazer a mistura in loco não seria financeiramente muito inteligente, principalmente pelos grandes volumes de água – que não existe por lá – necessários. O frete ia sair meio carinho.

E também não inventaram - nem vão inventar – um foguete-betoneira que consiga entregar o concreto antes de estragar em 90 minutos.

A solução era inventar um concreto que não levasse água.

E foi o que desenvolveram. O concreto lunar é uma mistura que tem o enxofre como argamassa e o regolito como agregado. O regolito é uma mistura de minerais compostos de silicatos, basálticos e anortosita e, de acordo com sondagens das missões Apollo nas décadas de 1960 e 1970, é encontrado com abundância na superfície lunar.

O material seria adequado às condições agressivas da superfície da Lua, e resistiria a ambientes corrosivos em áreas altamente ácidas ou salinizadas.

O concreto lunar conteria entre 12% e 22% em massa de enxofre, e o resto de agregados. Fibra de vidro seria utilizada para prover resistência à flexão à estrutura.

Como fora da atmosfera terrestre não existe ar, o concreto de enxofre tem menor porosidade. Isso faz com que ele alcance resistências características muito maiores do que na Terra.

Reportagem completa sobre o assunto saiu na edição de outubro da revista Civil Engineering (veja aqui, em inglês, no formato PDF). No entanto, pesquisando no Google, vi que em 2005 saiu uma matéria em português sobre a tecnologia no site Inovação Tecnológica. As fotos aí embaixo, eu peguei emprestadas deles.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Designers criam "casa" que anda

Uns designers inspirados da Dinamarca conceberam uma casa que não pode ser chamada exatamente de "imóvel", como são denominadas quase todas as outras casas do mundo.

A Walking House, do coletivo N55, de Copenhagen, tem seis patas e é capaz de sair andando por aí.

Verdade que o termo "House" também não é o mais adequado. A engenhoca está mais pra um trailer ou um habitáculo, desses de filme de ficção científica. Mas é simpática.

A "casa", que parece um formigão, é um tubo hexagonal em aço preto de 3,5 metros de diâmetro e 3,5 metros de comprimento. E, apesar dos três pares de patas, não consegue andar muito rápido: sua velocidade máxima é de cerca de 160 metros por hora.

A Walking House também produz a própria energia elétrica. Quando está quietinha, ela recarrega suas baterias por meio de energia solar e de pequenas turbinas eólicas.

Projetada para abrigar quatro pessoas, a casa tem como inspiração o estilo de vida dos viajantes nômades romanos, que rodavam em caravanas pelo continente europeu.

O protótipo estará exposto a partir do final deste mês no Wysing Arts Centre, em Cambridgeshire, na Inglaterra. Veja o "imóvel" se movendo no vídeo abaixo:



Fonte: The Guardian