sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Mais Niemeyer

"[Oscar Niemeyer] afirma querer uma sociedade baseada em princípios igualitários, mas sua arquitetura, para usar a linguagem do mundo da computação, não é user-friendly. Ao contrário: ela é profundamente elitista e mesmo egoísta, concentrada principalmente em fazer declarações grandiosas e eloqüentes por si mesmas, para satisfação de Niemeyer e seus admiradores, mesmo que cause desconforto ou inconveniência ao usuário"



O trecho é do livro "Deu no New York Times", de Larry Rother, correspondente no Brasil deste jornal norte-americano. A publicação, da editora Objetiva, foi lançada neste mês e custa R$ 39,90 (ou menos, dependendo das promoções).

Justificativa 1
Ok, ainda não li o livro e vou escrever este post inspirado num pequeno trecho publicado pela Veja, mas isso realmente não importa.

Justificativa 2
Meus conhecimentos em Arquitetura são mancos, por isso não vou ousar discutir aprofundadamente as características da obra do Niemeyer.

O fato é que Larry Rother tem razão: as construções projetadas pelo arquiteto não são nada user-friendly. São bonitas, mas sufocantes. Faça um piquenique
no Memorial da América Latina, em São Paulo, durante uma tarde quente e constate você mesmo.

O centenário personagem nasceu no país errado. Sua arquitetura recheada de concreto pode ser adequada a locais de clima temperado, de altas latitudes, em que
durante boa parte do ano os raios solares incidem oblíquos e, portanto, de forma menos intensa.

Em São Paulo, Goiânia, João Pessoa ou qualquer outra cidade localizada entre 23 ºS e 23 ºN, porém, suas obras se transformam em verdadeiros instrumentos de tortura, colaborando para a intensificação de ilhas de calor. Só de pensar já dá vontade de ligar o ventilador...

Por outro lado, me desperta simpatia a disseminação do uso de telhados verdes. Inclusive no Brasil. Trabalho recente apresentado no ENTAC (Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído) mostra que engenheiros e arquitetos têm interesse em conhecer melhor a tecnologia, que vem se tornando moda no mundo e engatinha no Brasil.

Porém, ainda se observa falta de domínio do processo de impermeabilização ou das técnicas mais adequadas para a aplicação deste tipo de cobertura. A pesquisa é um survey
realizado entre filiados do CREA-PR na Região Metropolitana de Curitiba.

Seguem algumas obras no Brasil e no mundo com coberturas (e paredes) verdes

Edifício Harmonia 57, na Vila Madalena, em São Paulo...


Casa em Itu...


Academia das Ciências da Califórnia, de Renzo Piano...


Vista da cobertura verde da Academia...
Oiiiiiiiiii!!!!
(Qualquer semelhança é mera coincidência...)

5 comentários:

Bruno disse...

e como eu disse no post abaixo, ele não coloca banheiros em lugares públicos. nem que fossem banheiros de concreto, pô...

Flávia disse...

peguei birra da arquitetura do sr. niemeyer depois de quase morrer desidratada, num dia de verão, no glorioso memorial da américa latina. enfim... é uma arquitetura para ser apreciada de longe. beeem de longe.

Renato disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Renato disse...

hehehe...

http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gAvlWPJTSaAMVO1gHr9lE4JQm1EQ

detalhe no 3º parágrafo

Unknown disse...

Como vocês entendem de arquitetura, conforme copiam opiniões de caras que não entedem de aquitetura. Vamos lá
1- A arquitetura pública, a que Oscar Niemeyer realiza com maior frequencia, qual é sua principal função? Dentro dos edifícios, onde se trabalha, há conforto?
Pois é, a arquitetura dele é institucional em grande parte como no Memorial ou Praça dos 3 poderes, desta forma sua principal função é para mostrar poder, tecnologia, beleza e principalmente uma imagem institucional, uma imagem de nação forte, ou de centro importante, o resto é complemento.
É quase como usar paletó mesmo estando 40 graus no Rio de Janeiro, porém a imagem nestes casos, é tudo.
O que achariam de então não usar concreto e a capital fosse feita de madeira? Ecológico, porém, não funciona neste mundo, qual imagem a capital do Brasil passaria para o resto do mundo?
2- O americano que disse barbaridades da arquitetura brasileira, deveria estudar primeiro antes de comentar algo, pois mostra como é ignorante no assunto. Pouco sabe da tecnologia que foi realizada no Brasil para conseguir tais obras de concreto, nada sabe que muitas das obras de Niemeyer são tombadas como Patrimônio da Humanidade, pela beleza, pela mensagem institucional que passou da cultura de um país (o Brasil), e pela tecnologia alcançada e depois replicada no mundo inteiro.
3- Ele é Modernista, sabe muito bem da Carta de Atenas conhece que tetos jardins são coisa que já está fazendo quase 1 século de existencia, porém, a manutenção é que não permite sua aplicação em grande escala, poderia sim ser aplicado em edifícios em São Paulo e no Rio, bastaria projetar e os investidores bancarem a idéia.
4- Conheçam a fundo o que Niemeyer representa para a arquitetura mundial e como ele BRASILEIRO, colocou nossa tecnologia de construção e nossa cultura através da arquitetura, aos olhos do mundo, por que então não meter pau em arquitetos renomados dos EUA, ou Europeus, Niemeyer provou que por aqui se faz arquitetura própria e muitas vezes a melhor do mundo, não somos um mero país que copia dos outros.
Sabiam que todos os arcos que geram varandas nas frentes dos palácios em Brasília, vieram da releitura do casarão colonial típico brasileiro, que permite sombra confortante dentro dos edifícios, impedindo insolação direta nas fachadas de vidro? Isso não existe na Europa ou EUA em obras modernas, é brasileiro, e diminui o gasto de energia.
5- Praças secas como a do Memorial, vocês acham que foram feitas, pensadas para vocês ficarem cozinhando no concreto sem sombra? Muito ingênuo isso, são feitas dessa forma para em datas institucionais aglomerarem milhares de pessoas para discursos, apresentações, e em outras datas, para melhor ver o conjunto arquitetônico (a capital, o memorial, o museu) etc, de forma que a arquitetura impressione, mostre o Estado, a Nação. Não foram pensadas para que as pessoas fiquem paradas cozinhando, para isso, há praças específicas mais aconchegantes com arvores e tudo.
Vão no Louvre, na frente da Basílica de São Pedro ou de Aparecida ou na frente do Capitólio nos EUA e procurem uma arvore na frente desses prédios institucionais, ou são praças secas ou com espelhos d'água, para ressaltar a idéia do que representa o edifício, não é para ficar cozinhando no concreto ou asfalto, é para ver, ficar impressionado, admirar, tirar fotos, e ir embora ou entrar no edifício.